quinta-feira, 7 de abril de 2011

Ilha radioativa


              Às vezes, catástrofes acontecem, às vezes, catástrofes ainda maiores acontecem. No meu caso, vivi uma das piores da história quando o chão tremeu, o mar tomou a cidade, e o ar se tornou tóxico.
              Eu morava no Japão na época em que aconteceu, eu andava em paz pelas ruas dos arredores de Tókio quando de repente o solo começou a tremer. Os prédios balançaram como se fossem de brinquedo, o chão se partiu e pareceu o fim do mundo. Mais tarde, depois de a terra ter parado de tremer, eu me vi em uma metrópole destruída. Depois, quando a energia voltou, vi que a situação era ainda pior. Uma onda gigante havia invadido cidades e deixado milhares de mortos. E para piorar a minha situação, o terremoto avariou severamente a usina nuclear e Fukushima. Então parecia que a natureza estava contra nós.
               Eu vivi em um abrigo até que finalmente consegui um avião para voltar para o Brasil. Infelizmente outros terremotos me fizeram ficar mais alguns dias no inferno. Ambas as ondas, a do mar e a radioativa, se aproximavam cada vez mais, eu me desesperava. Por mais que os tempos modernos tenham todos os tipos de tecnologia para prevenir catástrofes como esta, a natureza está sempre um passo a frente.
               Apenas quando voltei ao Brasil, pude ver a verdadeira extensão da catástrofe. Já haviam mais de 5000 mortos e mais de 10000 desaparecidos. Foi um choque ver como tive sorte de escapar de algo tão horrível. Ao voltar para minha família, vi todos com lágrimas nos olhos, isso me fez pensar em tudo que eles devem ter passado, já que havia ficado três dias sem conseguir me comunicar com eles.
                Às vezes, nós precisamos entrar em um grande problema como este para que possamos perceber que mesmo com a tecnologia dos tempos modernos, a natureza ainda pode nos subjugar e dar o recado de que não estamos cuidando bem do nosso planeta.


Israel Meireles

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