quinta-feira, 7 de abril de 2011

No nordeste

  
No nordeste, o calor é um inimigo muito árduo de se enfrentar durante todo o ano, ou melhor, durante toda a vida. Nesse caso o José, um simples menino do interior, pensou em como fazer para driblar esse problema.
   O rapaz teve uma idéia, genial, porém inviável para ele. Pensou em comprar um camelo e se vestir de árabe, logo pensou também em como seria se o sertão Cearense fosse um deserto como na Arábia, a sua aventura acabará de começar.
   Todo dia José colocava um “turbante” feito apenas de panos velhos de lavar pratos que sua mãe usava, e pegava o velho cavalo da fazenda para montar e brincar. O velho alazão nunca gostou muito de ser montado e ficava pulando e relinchando quando o José vinha para arriá-lo, sua mãe Josefa vendo aquela situação logo chamou o menino para ter uma conversa.

- José você esta louco? – perguntou a mãe furiosa - E José logo respondeu.

-Mas, mamãe o velho Chico nunca foi muito de fazer gentileza pra ninguém agora ele tem que aprender a nos ajudar!

-Eu não quero saber! Disse a mãe.

  Então o menino pensou em como fazer com que sua mãe não o visse brincando com o cavalo velho que eles tinham. Depois de algum tempo, sua mãe foi dormir um pouco, pois estava muito cansado de uma manhã inteira de trabalho, nesse momento o garoto colocou seu plano em prática.
  Selou o cavalo e botou seu “turbante” e começou a imaginar o cenário que ele viu em todos os filmes que havia assistido sobre o deserto. Logo não via nada, só areia e gigantescas dunas que o vento moldava lentamente.
  Assim ele ficou a tarde toda brincando sobre o cavalo que já demonstrava cansaço, sua mãe acordou com o barulho do menino brincando no quintal de casa, quando ele viu o pobre do cavalo e o menino montado nele ela logo gritou , parecia um dragão soltando jatos de fogo pelas narinas.

-José!  Disse ela com muita raiva.

-Mãe, eu só queria brincar um pouco com o Chico.

-Eu não disse que era para você não brincar com o cavalo? Agora irá ficar de castigo por duas semanas e não adianta reclamar.

  O sonha tinha acabado, mas sua mente e sua imaginação não. Sua vida acabará de voltar ao normal e assim ele caminhou para o quarto e lá ficou.

João Pedro Tavares

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